50 Tons de Cinza: Nem ruim nem bom

Era 2011 quando um livro muito diferente dominava o mundo: Fifty Shades Of Grey (50 Tons de Cinza). Em todo lugar, era lido por mulheres de todos os tipos se surpreendiam e se apaixonavam pelo milionário Christian Grey na estória escrita pela autora E.L.James.
O livro era visto por todos os lugares: metrô, praça, parque, mesinhas de cafés onde pessoas sentavam - se para alguns instantes de uma leitura agradável. Essas mulheres tinham "encontros" com o exótico e sensual Sr Grey e, mesmo lendo um livro, quase podiam tocar nele, tal o poder de concentração e a ação viciante que o livro lhes causava. Muitas vezes, envergonhadas, escondiam o livro tentando disfarçar sua leitura dos olhos curiosos mas não suas emoções traduzidas na vermelhidão de seus rostos.
Bem, nem todas as mulheres. 
Na época, talvez eu fosse a única no meu ciclo de amizades femininas que ainda não tinha sido "apresentada formalmente" à beleza e os encantos de Christian Grey. 
Mas isso era um pouco culpa minha também pois toda vez que ensaiava comprar esse livro acontecia alguma coisa: ou faltava dinheiro (em média um exemplar custava R$50,00) ou eu tinha o dinheiro mas os livros estavam em falta. E o livro era mais comentado do que qualquer grande jogo de futebol tanto no Brasil como no mundo inteiro. Era uma febre explodindo num calor acinzentado por entranhas femininas só com a força da imaginação estimulada a cada capítulo.
Com o passar do tempo, a trilogia se completa, acabou a moda. Sr. Grey caiu um pouco no esquecimento mas ainda assim ficou no imaginário como uma lembrança devastadora.
Criou - se então uma expectativa de um filme contando a estória de Grey. As leitoras do livro sentiram outra vez o "amor em cinza" e acompanharam tudo com interesse. Dia 12 de Fevereiro de 2015 era o dia mais aguardado por todo mundo. 
Nesses últimos dias só se fala nisso em qualquer roda de conversa onde houvesse uma mulher ou um casal que o assunto é o  tal filme 50 Tons de Cinza. 
Comigo não foi diferente. Estava na minha tia visitando minha prima que se recuperava de uma cirurgia e na sala conversava com amigas e o assunto: o filme mais falado do mundo no momento. 
Contei que estava curiosa para ver a estória de Grey e Anastácia/Ana. Primeira pergunta que me fizeram: Já leu o livro? Disse que não mas pretendia ler. Meus dois primeiros livros estavam encomendados. 
Seguiu - se por alguns minutos uma animada e interessante conversa sobre 50 Tons de Cinza recheada de risadas e bom humor incluindo reclamações masculinas.





Em casa, a noite, resolvi acabar de vez com minha curiosidade e assistir o filme. 
Ontem à tarde fui ao cinema. Chegando lá, os ingressos para o legendado já se esgotaram. Fui para outro shoping e lá comprei as entradas para a versão dublada. Queria apenas ver o filme. 
Nesse caminho, acabei encontrando um amigo querido. Ele me cumprimentou e foi logo perguntando também com tom de afirmação: Você veio ver 50 Tons de Cinza? Respondi que sim e fiquei impressionada com a rápida percepção dele. Depois disse brincando que eu era criança e não tinha que ver "essas coisas". 
Nos despedimos e em seguida fui comprar o ingresso. Comprei para as 19:30 h. 
Conforme assisti ao filme percebi que não era tudo que as mulheres esperavam nem era tão ruim como os homens achavam. Mas me serviu para me divertir um pouco com algo diferente de tudo que eu tinha visto no cinema ou na TV. Gostei do casal principal Jamie Dorman (Sr. Grey) e Dakota Johnson (Anastácia/Ana). Eles são ótimos juntos, tem uma boa química. Ela é de aparência doce e tem uma sensualidade delicada. Já ele é bonito e tal qual o livro, causa um impacto enorme pela beleza e ousadia inesperada. Sexy e atrevido na medida certa. 
Hoje li os primeiros capítulos do livro. Vi um Christian Grey igualmente provocante e uma Ana doce e romântica. Só esperava mais da estória explorando mais as características deles e a narração da protagonista que não tem no filme (no livro, Ana narra os acontecimentos). Isso "matou um pouco" o roteiro e por isso entendi que o filme não é de todo mal. Na verdade é uma estória para ficar nas páginas de um livro e que as imagens fiquem por conta dos sonhos das mulheres. 




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